O novo ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, terá o apoio total do presidente Michel Temer para continuar a reestruturar a economia brasileira, disse hoje (6) o titular da pasta, Henrique Meirelles, ao anunciar que deixará o cargo. Segundo Meirelles, ainda persistem desafios para a equipe econômica que deverão ficar a cargo do futuro ministro.
“A crise está superada, mas ainda há coisas a serem enfrentadas. Esse legado não pode ser perdido, nem esquecido. Precisamos persistir neste caminho que levou o país à rota do crescimento. É preciso perseverança e coragem. O novo ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, vai garantir que essa política continue”, declarou Meirelles.
Em entrevista após o pronunciamento de despedida, Meirelles disse ter conversado com o presidente Temer duas vezes hoje. Na primeira, durante a manhã, comunicou ao presidente a decisão de deixar o cargo, que, segundo Meirelles, ainda não tinha sido formalizada. Na segunda vez, por volta das 14h, foi ao Palácio do Jaburu acompanhado de Guardia para oficializar a substituição.
Segundo o ministro, apesar de a reforma da Previdência não ter sido votada e de várias medidas provisórias de ajuste fiscal estarem perdendo a validade, a equipe econômica continuará trabalhando para que o Congresso aprove dois projetos importantes para o governo nos próximos meses: a privatização da Eletrobras e a simplificação do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins).
O principal desafio de Guardia, destacou Meirelles, consistirá em manter a recuperação do emprego e cumprir a previsão de o país fechar o ano com a criação de 2,5 milhões de postos de trabalho. “O fato concreto é que o trabalho continua. O importante é que mudamos a direção. Estávamos indo para um caminho que levava à recessão”, comentou o ministro.
Meirelles confirmou hoje que deixará o Ministério da Fazenda para disputar as eleições deste ano. Filiado ao MDB, o ministro não disse a qual cargo pretende concorrer. Ao se despedir da função, Meirelles ressaltou que ajudou a tirar o país de duas crises econômicas em governos diferentes. Ele destacou a aprovação do teto federal de gastos como “fundamental” para recuperar a confiança dos agentes econômicos.
“A crise econômica prejudica o dia a dia das pessoas. Tira comida do prato dos mais pobres, diminui a capacidade de compra das famílias e cria desemprego. Tira esperança das pessoas. Minha função no Banco Central [governo Lula], assim como na Fazenda, foi ajudar o Brasil. Encontramos desemprego, inflação, perda de renda e falta de respeito com os pagadores de imposto”, comentou.
Agência de marketing digital Click Pérola